D. Feia

Eu não quero fallar da vida alheia
Eu não fallo da vida de ninguem
Mas a senhora, illustre D. Feia,
No meu modo de ver não pensa bem!

Dias atraz a Senhora disse álguem
Que me aborrece muito, que me odeia,...
E que é um capricho que a Sra. tem
Viver a todo cascabulho alheia,

Porque só um rapaz, já a se formar
Em Medicina, rico, de preparo,
Poderá seus carinhos conquistar!

Mas... bem sabe um doutor, minha Senhora,
Que uma esmeralda custa muito caro
E que por isto não se joga fora...

Bahia, 26, 1, 929

Copyright © 2024 Taylane Vieira dos Santos, todos os direitos reservados. O conteúdo desse website está protegido pela lei dos direitos autorais. A utilização dos recursos e materiais da plataforma As canções de Eulálio Motta, bem como dos materiais impressos e digitais, é permitida apenas em contextos educacionais e mediante a devida referência bibliográfica. Não é permitida a reprodução ou republicação de nenhum dos documentos em qualquer meio fora dos parâmetros aqui estabelecidos. A permissão para utilização dos documentos (iconográficos, filmográficos, impressos, datiloscritos e manuscritos) foi concedida pelos proprietários dos originais para esta publicação apenas. Essa plataforma faz parte da tese de doutorado, intitulada Hiperedição do livro Canções de meu caminho, inserida no âmbito do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), desenvolvida pela pequisadora Taylane Vieira dos Santos, sob a orientação do Prof. Dr. Patrício Nunes Barreiros. 

Esta Plataforma foi desenvolvida por Taylane Vieira dos Santos como parte integrante do projeto de doutorado, intitulado Hiperedição do livro Canções de meu caminho de Eulálio Motta, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Trata-se de uma publicação com finalidades estritamente acadêmicos e sem fins lucrativos. Em atendimento às exigências da Lei 9.6110/98 e do parágrafo 4º do Artigo 184 do Código Penal, o responsável por este projeto coloca-se à disposição, através do e-mail: edicaocmc3@gamil.com, para esclarecer qualquer dúvida referente à eventual violação de direitos autorais, comprometendo-se desde já, a retirar do projeto qualquer documento que fira direta ou indiretamente os direitos de qualquer pessoa.

Essa plataforma faz parte da tese de doutorado, Hiperedição do livro Canções de meu caminho de Eulálio Motta, desenvolvida por Taylane Vieira dos Santos no âmbito do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos / UEFS, 2024.

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Sonetos

  • Aquela árvore
    Aquela árvore
  • O sábio
  • Dona feia
  • Volta, ilusão
  • Aniversário
  • Conversão
  • Euforia
  • Sentimentalismo
  • Último sonho
  • Aniversário D'ela
  • Impossível

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Poemas de versos livres

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Conjuntos de trovas

  • Saudade 1
  • Beijos
  • Cantigas
  • Casamento
    Casamento
  • Desencontro
  • Oração
  • Pensamentos de celibatário
  • Prece de um cético
  • Quem será?
  • Súplica
  • Teimosa
  • Hino do Ginásio Mundo Novo
  • Gotas finais
  • Instantâneo
  • Outras cantigas
  • Penúltimo poema... Quadrilhas
  • Última página
  • Uma dúzia de trovas para meus dois pronomes: tu e você
  • Trovas antológicas
  • Saudade 2
  • Grupo de três
  • Natal
  • Trovas 1
  • Trovas 2
  • A trova do cigarro
  • Trovas 3
  • Doze trovas para ela

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Trovas

  • Fatalismo
  • Sofrimento

Década de 1920

Década de 1930

  • Depois
  • Inverno
  • Meu poema de estudante pobre

Década de 1940

  • Aniversário
  • Conversão
  • Euforia
  • Sentimentalismo
  • Último sonho
  • Sou
  • Ausência
  • Balada do canto
  • Batingas
  • Bucólica
  • Edição esgotada
  • Fazenda Vaca Parida
  • Felicidade
  • Jacobina
  • Noturno
  • Paisagem
  • Perdição
  • Retrato
  • Romance
  • Saudade diferente
  • Vivos
  • Saudade 1
  • Beijos
  • Cantigas
  • Casamento
    Casamento
  • Desencontro
  • Fatalismo
  • Oração
  • Pensamentos de celibatário
  • Prece de um cético
  • Quem será?
  • Súplica
  • Teimosa
  • Sofrimento

Década de 1950

  • Aniversário D'ela
  • Nunca mais

Década de 1960

  • Você
  • Tamarindeiro
  • Faz de conta
  • Caixa de papelão
  • Hino do Ginásio Mundo Novo

Década de 1970

  • Impossível
  • Sozinho
  • Último momento
  • Canção de ninar

Década de 1980

  • S. João
  • Conjecturas
  • Recordação de Monte Alegre
  • Velho trem de ferro
  • Emoção
  • A chuva chegou
  • Epitáfio
  • Esquece
  • No mundo dos sonhos
  • O nome daquela rua
  • Sonhos idos
  • A carta que não veio
  • Aquela rua
  • Dia do namorado
  • Tempo de balanço
  • Gotas finais
  • Instantâneo
  • Outras cantigas
  • Penúltimo poema... Quadrilhas
  • Última página
  • Uma dúzia de trovas para meus dois pronomes: tu e você
  • Trovas antológicas
  • Saudade 2
  • Grupo de três
  • Natal
  • Trovas 1
  • Trovas 2
  • A trova do cigarro

Poemas não datados

  • Nada
  • Bom Sucesso 1
  • Bom Sucesso 2
  • Trovas 3
  • Doze trovas para ela

LCMC1 - Felicidade - Transcrição com links

FELICIDADE...
A alma boa e emotiva de Braulio Alves Filho



................................................................................
Desilusões sobre desilusões!
Sentia-se triste
Cada vez mais triste.
Rememorou
os caminhos do passado...
O presente encarou,
desencantado...
E suspirou:
"A felicidade não existe!"

Buscou felicidade nas mulheres.
No luxo, na riqueza, nos prazeres.
E depois... esgotado,
desiludido, cansado,
ficou sem saber ver...
que o que houve foi apenas isto:
"Tomou o bonde errado..."

Monotestemunhais

Poemas que possuem um único registro de escrita.

Critérios adotados para as edições

I) Os textos são transcritos em fonte Times New Roman padrão Word; de tamanho 11, justificado à margem esquerda;

II) As linhas são numeradas de 5 em 5 à margem esquerda;

III) Transcreve-se o título como se encontra no original, em caixa alta e centralizado;

IV) A rubrica do autor indica-se entre colchetes;

V) São mantidas as interpolações, os lapsos do autor, a ortografia, a acentuação e registram-se todas as correções, emendas, rasuras e acréscimos, com a utilização dos símbolos:

† segmento ilegível

* parte do texto localizada à margem inferior indicada pelo autor através de seta, linha ou números remissivos;

*(f. ou p.) parte do texto localizada em outro fólio ou página indicada pelo autor a partir de números e letras remissivos ou anotações. Nesses casos, o número do fólio ou da página aparece entre parênteses.

Ao adequar a transcrição linearizada para a hiperedição, alguns símbolos foram substituídos por tags de codificação HTML, a saber:

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<u> </u> Sublinhado

<sup> </sup> Acréscimo superior

<sub> </sub> Acréscimo inferior

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Para a identificação dos testemunhos na descrição e aparato crítico-genético, estabeleceu-se o seguinte código:   

a) quando o título do poema se compõe de apenas uma palavra utilizou-se, em maiúsculo, a primeira letra das duas primeiras sílabas. Exemplo: Inverno torna-se IV;  

b) quando se compõe de mais de uma palavra, utilizaram-se as iniciais das duas primeiras palavras em maiúsculo. Exemplo: Volta ilusão torna-se VI;  

c) quando há mais de um testemunho em livro ou em manuscrito, acrescentou-se um número arábico em ordem crescente para facilitar a identificação.   

d) para os textos com mais de um testemunho, após as letras que identificam o título do poema, acrescentam-se as letras L para livro, M para manuscrito, D para datiloscrito, J para jornal, R para recorte, que, quando não identificado, é seguido por um ñ. Exemplo: VIL (Santos, 2017, p. 92-93).

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Politestemunhais

Poemas que possuem registros de reescritas em diferentes suportes

  • Aquela árvore
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  • Balada do canto
    Balada do canto
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  • Depois
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  • Cantigas
  • Conversão
  • Desencontro
  • Edição esgotada
  • Euforia
  • Fatalismo
  • Fazenda Vaca Parida
  • Jacobina
  • Noturno
  • Pensamentos de celibatário
  • Prece de um cético
  • Quem será?
  • Sentimentalismo
  • Último sonho
  • Aniversário d'ela
  • Nunca mais
  • Você
  • Tamarindeiro
  • Faz de conta
  • Hino do Ginásio Mundo Novo
  • Caixa de papelão
  • Sozinho
  • Impossível
  • Último momento
  • Canção de ninar
  • S. João
  • Conjecturas
  • Recordação de Monte Alegre
  • Velho trem de ferro
  • A chuva chegou
  • Epitáfio
  • Esquece
  • Gotas finais
  • Instantâneo
  • No mundo dos sonhos
  • Outras cantigas
  • O nome daquela rua
  • Penúltimo poema... Quadrilhas
  • Sonhos idos
  • Última página
  • Trovas antológicas
  • Saudade 2
  • Dia do namorado
  • Bom Sucesso 1
  • Doze trovas para ela

ABL3 - Arbor - Transcrição atualizada com links

EULALIO MOTTA 35

"ARBOR"
Ao poeta e amigo Jonathas Milhomens

Aquela árvore seca, desditosa,
Que da estrada contemplo quando passo,
Outrora balançava, majestosa,
Esmeraldina fronde pelo espaço

A passarada achando-a tão pomposa
Vivia de cantar em seu regaço...
Eis que lhe chega um dia, pesarosa,
A noite da tortura e do cansaço...

Foram murchando as folhas e caindo...
A passarada, ingrata, então, ligeira,
Vendo o cair das folhas, foi fugindo...

E quando, um dia, o vento, em desalinho,
Levou consigo a folha derradeira,
Fugiu-lhe o derradeiro passarinho...

Dossiê de Volta ilusão

  • Impresso colado no Caderno Lágrimas (f. 42v);
  • Impresso no livro Ilusões que passaram (p. 9);
  • Impresso no livro Canções de meu caminho 1ª ed. (p. 27);
  • Impresso no livro Canções de meu caminho 1ª ed. (p. 28);
  • Datiloscrito (1) de Canções de meu caminho 2ª ed. (f. 50r);
  • Datiloscrito (2) de Canções de meu caminho 2ª ed. (f. 50r);
  • Impresso no livro Canções de meu caminho 2ª ed. (p. 61).

LCMC1 - Casamento - Transcrição linearizada

CASAMENTO...





Casamento é uma gaiola.
Não quero me engaiolar...
Que Aquele que me deu asas,
Me deu ansias de voar...

É gaiola o casamento,
Eu quero me engaiolar...
Que minhas asas são curtas,
Não nasci para voar...

LCMC1 - Casamento - Transcrição com links

CASAMENTO...





Casamento é uma gaiola.
Não quero me engaiolar...
Que Aquele que me deu asas,
Me deu ânsias de voar...

É gaiola o casamento,
Eu quero me engaiolar...
Que minhas asas são curtas,
Não nasci para voar...

LCMC1 - Felicidade - Transcrição linearizada

LCMC1 - Oração - Transcrição linearizada



ORAÇÃO
Para o Revdmo. Padre Monsenhor Anibal Mata



Senhor, eu sei que sou mau!
Mas tem de mim compaixão,
Que eu não tive catecismo
Nem primeira comunhão!

Fui batisado e crescí
Como se fôsse pagão:
Sem nunca ouvir catecismo,
Nunca tomar comunhão!


Planta criada sem sol:
Faltou-me a Luz que dimana
De tua Igreja Católica,
Apostólica, Romana.

Quando criança, vi a Igreja
Com festas, com procissão.
Vi gestos de tua Igreja
Mas não ví o coração.

LCMC1 - Oração - Transcrição com links



ORAÇÃO
Para o Revdmo. Padre Monsenhor Anibal Mata



Senhor, eu sei que sou mau!
Mas tem de mim compaixão,
Que eu não tive catecismo
Nem primeira comunhão!

Fui batisado e crescí
Como se fosse pagão:
Sem nunca ouvir catecismo,
Nunca tomar comunhão!


Planta criada sem sol:
Faltou-me a Luz que dimana
De tua Igreja Católica,
Apostólica, Romana.

Quando criança, vi a Igreja
Com festas, com procissão.
Vi gestos de tua Igreja
Mas não vi o coração.

LCMC3 - Sentimentalismo - Transcrição linearizada

AAM - A árvore - Transcrição atualizada com links

Insomnia
A árvore

Aquela árvore seca, desditosa,
Que da estrada contemplo quando passo,
Outr'ora balançava, majestosa,
Esmeraldina fronde pelo espaço

A passarada achando-a tão pomposa
Vivia de cantar em seu regaço...
Eis que lhe chega um dia pecarosa,
A noite da tortura e do cansaço...

Foram murchando as folhas e caluindo...
A passarada ingrata, então, ligeira,
Vendo o cair das folhas foi fugindo...

E quando um dia, o vento em desalinho,
Levou consigo a folha derradeira,
Fugiu-lhe o derradeiro passarinho...

Bahia, 1928

AAL1 - Aquela árvore - Transcrição atualizada com links




AQUELA ÁRVORE...

Aquela árvore seca, desditosa,
Que da estrada contemplo quando passo,
Outrora balançava, majestosa,
Esmeraldina fronde pelo espaço...

Era ela a sombra amiga e dadivosa
Nos dias de verão e de cansaço...
E era festa a folhagem rumurosa
Com pássaros e vento no regaço!




Eis que chega o infortúnio... Vão caindo
As folhas amarelas... Traiçoeira,
A passarada, aos poucos, vai fugindo...

E quando um dia, o vento, em desalinho,
Levou consigo a folha derradeira,
Fugiu-lhe o derradeiro passarinho...

AAD1 - Aquela árvore - Transcrição atualizada com links

834
AQUELA ÁRVORE

Aquela árvore seca, desditosa,
que da estrada contemplo quando passo,
outrora balançava, majestosa,
esmeraldina fronde pelo espaço.

Era ela a sombra amiga e dadivosa
nos dias de verão e de cansaço.
E era festa e folhagem rumurosa
com pássaros e vento no regaço.

Eis que chega o infortúnio. Vão caindo
as folhas amarelas... Traiçoeira,
a passarada, aos poucos, vai fugindo...

E quando, um dia, o vento, em desalinho,
levou consigo a folha derradeira,
fugiu-lhe o derradeiro passarinho...

AAD2 - Aquela árvore - Transcrição atualizada com links



AQUELA ÁRVORE

Aquela árvore seca, desditosa,
que da estrada contemplo quando passo,
outrora balançava, majestosa,
esmeraldina fronde pelo espaço.

Era ela a sombra amiga e dadivosa
nos dias de verão e de cansaço.
E era festa e folhagem rumurosa
com pássaros e vento no regaço.

Eis que chega o infortúnio. Vão caindo
as folhas amarelas... Traiçoeira,
a passarada, aos poucos, vai fugindo...

E quando, um dia, o vento, em desalinho,
levou consigo a folha derradeira,
fugiu-lhe o derradeiro passarinho...

AAL2 - Aquela árvore - Transcrição atualizada com links


AQUELA ÁRVORE...

Aquela árvore seca, desditosa,
que da estrada contemplo quando passo,
outrora balançava, majestosa,
esmeraldina fronde pelo espaço.
Era ela a sombra amiga e dadivosa
nos dias de verão e de cansaço.
E era festa e folhagem rumurosa
com pássaros e vento no regaço.

Eis que chega o infortúnio. Vão caindo
as folhas amarelas... Traiçoeira,
a passarada, aos poucos, foi fugindo...

E quando, um dia, o vento, em desalinho,
levou consigo a folha derradeira,
fugiu-lhe o derradeiro passarinho...